Quem está no comando?

Neurofilosofia!

O universo ou as sinapses da sua cabeça? Cem bilhões de neurônios, cada neurônios faz dez mil ligações com outros neurônios. Dá para calcular essa magnitude de conexões responsáveis por respirar, andar, dormir, chorar, fugir, apaixonar, amar e tantas outras funções, e a mais importante a consciência? Um órgão de aproximadamente um quilo e trezentos, que parece  uma noz gigante , meio rosada internamente e com uma película acinzentada externamente , com giros e sulcos, é capaz de criar e destruir mundos. Quase todas as funções são automáticas, experimente pensar como se anda, vai tropeçar, desequilibrar; antes de fazer sexo, atente como ocorre a sua ereção, correrá o risco de vexame; quando for dirigir seu carro direcione sua atenção para os pedais, o câmbio, o volante e retrovisores, irá se enrolar todo. E a consciência?  É ínfima, estamos no controle de pouquíssimos comandos. A fome, sono, tesão, paixão, ódio, inveja, gratidão, humildade, arrogância, insegurança, fé e tantos outras situações a gente não domina, até pensamos estar no comando, mas será que estamos mesmo? Já parou para pensar que durante seu soninho vespertino uma placa de ateroma pode descolar de uma artéria e migrar para seu coração e lhe causar um infarto fulminante do miocárdio sem sua autorização? Ou que podem nascer células neoplásicas no seu pâncreas sem seu consentimento? Pergunto de novo, será que estamos no controle? Será que escolhemos nosso grande amor? Será que a empatia por nosso melhor amigo foi escolha nossa? Pensando assim, somos poupados da arrogância em achar que somos os maiorais, diminuímos nossa responsabilidade e chegamos a conclusão que o importante é viver bem. O que a vida láctea tem incomum com nossas sinapses? Vale o título do livro do grande astrofísico contemporâneo Hawking : o universo em uma casca de noz...E aí estamos no comando?

Sua responsabilidade em acontecer

Tenho certeza, desculpem a empáfia, que há um momento na nossa vida que é o start, o grande divisor de águas da nossa existência. Aquele momento que irá modificar sua vida para sempre, para o bem ou para mal. Aquele encontro despretensioso que pode te levar ao céu ou ao inferno. Aquele convite de trabalho, aparentemente comum, que lhe proporcionará o mundo. A aprovação ou não naquele concurso, aquela frase dita por você de forma áspera que acabará com seu casamento e você carregará esse vazio para sempre. Um abraço negado, uma ironia feita na hora errada, flores entregues na hora certa, uma ligação em um domingo chuvoso a tarde, um cafezinho na padaria da esquina, um encontro no elevador. Tudo é interligado, nada solto, a gente pode até não saber o porquê agora, todavia lá na frente a gente descobrirá. Cuidado com as coisas que faz e fala, poderá ser o início do abismo. Não abdique de mostrar afetos positivos quando realmente existir; para os afetos negativos fique calado, pense antes de expressar. Você escolhe sua história, você é unicamente responsável por sua vida, auto ajuda, piegas? Não, é o óbvio! Deus não é bom, Deus é justo. Está insatisfeito com sua vida? Casamento, emprego? Mude, renasça. Tenha coragem para mudar, dá medo? Muito. A escolha é sempre nossa. Crie seu instante modificador, aquele momento que será lembrando como o dia do seu renascimento. Lembre que tudo é interligado, nada é contigente ou em excesso. E o mais importante, só depende de você. Se ficar esperando um dia não terás mais força para mudar, aí será a auto condenação em vida. Triste né?

Você sabe com quem está falando?

-Terminei minha pós graduação, diz o amigo todo feliz.
- Legal, parabéns. Depois a gente se fala
Promete o outro.
Tempos depois se encontram de novo.
- Meu casamento acabou. Diz o amigo todo triste.
- Nossaaaa, é mesmo? Que chato, vamos ali tomar um café para você me contar o que houve. Sugere o amigo.
A gente vibra com a desgraça alheia, a vergonha alheia. Nossa arrogância não permite comemorar a vitória que não seja nossa. Mas no segundo caso o amigo estava sendo solidário, a gente pode pensar, solidário nada, era uma alegria implícita pelo fracasso do outro. O grande filósofo Karnal descreve isso muito melhor. O arrogante é a assim, tudo dele é melhor e ele é melhor em tudo, os outros são apenas coadjuvantes. Outro genial filósofo, Cortella, já escreveu e falou várias vezes sobre: você sabe com quem está falando? Frase baixa, pobre e triste. Têm ainda alguns que gostam do Dr. em frente ao nome, fazem questão. Algumas profissões até estimulam isso, mas doutor deveria ser usado para que fez doutorado, que também não diz muita coisa no bom convívio humano, Mestre ou Doutor qualquer um pode ser, difícil é sustentar o título. Voltando no " com quem você acha que está falando?", lembro de uma passagem de um Tio lá em Brasília, capital da carteirada, esse tio estava na fila do posto de gasolina para abastecer o carro, de repente um carro com placa branca fura a fila na maior arrogância e cara de pau, meu tio começou a buzinar, saiu do carro e foi reclamar, o "importante" do carro da placa branca pede ao motorista para  abaixar o vidro, olha para meu tio e diz: - você sabe com quem está falando?
O tio muito espirituoso e inteligente responde em forma de pergunta:
- e você, sabe com quem está falando?
O " importante" foi pego de surpresa, e com a dúvida com quem poderia estar se engraçando, (sei lá quem é esse louco)perguntou?
- quem?
Meu tio respondeu:
- sou o síndico do meu prédio!
O posto de gasolina veio abaixo.

Casal? Não é fácil o dia a dia

Que sexo é um ato prazeroso ninguém duvida ou não deveria. Mas depois de certo tempo de vida dá um trabalho danado. Você casa, tem filhos, trabalha o dia todo e está envelhecendo. Se você foi intenso quando jovem, provavelmente curtiu o suficiente, fez todas as loucuras inerentes aos jovens, e naturalmente deveria agora está mais sossegado. Chegamos perto dos quarenta anos. É muita obrigação. Filhos preocupando, pais preocupando, trabalho preocupando, você auto questionando a vida e suas atribulações. Muito daquela libido jovial ficou para trás, primeiro as alterações hormonais e depois o cansaço do dia a dia, e isso nas mulheres multifacetárias é tão latente. Sinceramente não sei como elas consegue. Organizam a casa, os filhos, maridos, trabalham, produzem, agrega a família, cuida do corpo, cabelo, unhas, virilha, e ainda lembram de fazer umas bobiças de vez em quando, compram até calcinha nova ( só não pode ser vermelha, pelo amor de Deus!). É claro também que têm dias que estão loucas, irritadas, gritando, xingando, com vontade de largar tudo e a todos, geralmente isso dura três dias. Aí começa o mesmo novo ciclo. A gente deveria aprender que duas coisas nunca devem ser ditas as mulheres: que ela envelheceu e que engordou. Nunca digam coisa parecida. Deve ser muito difícil as Mulheres, com m maiúsculo, coordenar tudo isso e ainda está disposta e com a libido lá em cima com se tivesse vinte anos. Imagine você uma mãe de três filhos que tenha amamentado todos no seio até quase um ano de vida, o mamilo ficou todo disforme parecendo uma hérnia, será que quando o maridão vem de gracinha naquele mamilo mutante há prazer, ou será a lembrança daqueles filhotes mamando leite junto com sangue? Só as grandes mulheres conseguem passar sã e salvas depois de nove meses de uma nova vida. Muitas surtam, conheço um montão que surtou. Para nós machos também não é fácil. Trabalhar todos os dias, proteger a prole, não sucumbir as tentações mundanas e está pronto para o siricutico no momento que ela quiser e quando quiser. Ser casal é muito difícil, até por que casal não é família. Família tem todas as prerrogativas para suportar o dia a dia, e diz a verdade, chegar em casa e ver sua família feliz e esperando para lhe dar um monte de beijos e abraços vale qualquer sacrifício, não é não?